Em continuação a formulação "através dos outros, nos tornamos nós mesmos" e do exposto até aqui, é importante realçarmos o método vigotskiano e seu movimento clÃnico - do corpo perante ao outro - no fazer terapêutico.
O método vigotskiano tem por objetivo auxiliar o analisando na superação de sua dor e/ou dificuldade psÃquica. Mas é bom recorrentemente lembrarmos e nos atentarmos ao fato que, esse corpo em dor e/ou dificuldade é dialético - está em movimento, agindo sobre a realidade objetiva - tendo avanços significativos, como também retrocessos e repouso; não cabendo ao psicólogo vigotskiano objetivar a glória e a certeza do 'bem estar absoluto', de um corpo 'definitivamente direcionado e curado' de seus males, fantasias angustiantes e incertezas. A vaidade terapêutica, não cabe nessa abordagem; primeiro pela compreensão que o desenvolvimento dos indivÃduos é dialético e, segundo, pelo próprio método clÃnico: o método construtivo.
Na relação analista/analisando - ou, paciente e psicólogo - ambos constroem ativamente o caminho terapêutico e, posteriormente, qual direcionamento lhes cabe trilhar. À realização desse método, o psicólogo não apenas 'analisa'/'investiga', mas também constrói ativamente o processo, recorrendo a 'comunicação' clara com o paciente e a reflexão - a comunicação clara é essencial na Psicologia vigotskiana (abordaremos mais adiante); o psicólogo é, desta forma, um 'corpo em movimento' no palco clÃnico, bem como o paciente... "um corpo afeta outro corpo", como as várias luzes acessas no mesmo espaço e tempo. Quanto mais luzes acessas em um expansivo espaço escuro, melhor.